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Recentemente o Google anunciou o recurso de Imersão 3D para seu aplicativo de mapas. Esta atualização promete trazer a visão em três dimensões de determinadas regiões, proporcionando ao usuário visualizar o ambiente e o Design com um expressivo aumento no nível de detalhes, e também trará informações em tempo real das condições do trânsito, e tempo em uma determinada área, com representações gráficas interativas.
Segundo a descrição da empresa de buscas, esta nova atualização se une com a Inteligência Artificial, fazendo uma compilação de bilhões de imagens já existentes do recurso “Street View” (de visualização das ruas), para formar um modelo 3D Interativo. Além disso, foi disponibilizado também uma ferramenta que permite a desenvolvedores a produção de mapas em três dimensões sob medidas.

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Apesar de parecer uma simples curiosidade, esta notícia vai de encontro com a tendência cada vez maior de trazer o Design de Interação para plataformas, serviços e produtos. Além da tendência cada vez maior da convergência de diversas tecnologias, o que aumenta a complexidade de informações, e de padrões e princípios de comunicação.

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Portanto, esta notícia nos leva a muitas implicações. Por exemplo, no Design com os Princípios da Imersão, da Hierarquia, e da Representação Icônica. Além disso, também nos leva para a área da Infografia, e ao já citado Design de Interação.
O Princípio da Imersão, já citado no artigo “A Imersão em God of War” (link no final), lida com o trabalho de produzir no usuário a percepção de uma “realidade” através do trabalho com os nossos sentidos, como por exemplo, a fim de tornar um ambiente artificial o mais próximo do real. O exemplo mais recente disto são as iniciativas de se construir o ambiente de Metaverso (este termo vale uma discussão para outro momento).

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Uma das principais implicações do Princípio da Imersão envolve a Cognição, o que nos leva ao Design de Interação, um amplo campo do Design e Comunicação, que de forma geral trata de todas as questões envolvendo a interação do ser humano com máquinas, aparelhos, equipamentos e plataformas.
A Cognição no Design de Interação existe quando uma interface passa a nos exigir pensamento, comparações, e tomada de decisões, em diferentes graus. Podemos observar que atualmente há um aumento na complexidade das interfaces em nosso dia a dia, como neste caso do novo Google Maps. O que exige dos desenvolvedores um maior cuidado em projetar estas plataformas, para garantir a praticidade no uso pelas pessoas. Ainda assim, dado a quantidade de plataformas, serviços e produtos nos tempos atuais, isso exigirá também de nós mais cognição em lidar com tanta informação que nos chega diariamente. Portanto, a tendência de hoje para os próximos anos é de cada vez mais plataformas, serviços e produtos que buscarão persuadir os nossos sentidos e a nossa percepção.

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No caso do Princípio da Hierarquia, trata-se também de algo que será cada vez mais necessário para a eficiência das interfaces e plataformas. Este Princípio basicamente trata da organização de informações de modo a se construir, como o próprio nome diz, uma hierarquia das informações mais prioritárias para as menos prioritárias, de modo a tornar a complexidade de dados que nos rodeiam mais compreensíveis. Um exemplo muito simples são os aplicativos de bancos que utilizamos diariamente.
Estas instituições costumam oferecer dezenas de serviços e botões de comandos nos aplicativos, mas quando olhamos para a tela inicial, podemos reparar que os serviços mais práticos e mais utilizados, como o Pix, são destacados, enquanto ferramentas como “portabilidade de salário”, utilizada com menos frequência, é menos prioritária, e por isso menos destacada. Para além dos aplicativos bancários, a Hierarquia de Informações pode ser aplicada em todo o trabalho que exigir organização de informações, e pode ser estruturada em diversas formas, através dos conhecidos Diagramas. Três formas bem conhecidas são os Diagramas em Árvore, em Ninhos, ou em Escadas.

Imagem: Fábio Victor

Nestes processos de formação de Interfaces e Hierarquias, um elemento que não pode faltar é o Ícone, o que nos leva ao Princípio da Representação Icônica. Muito presente em nosso dia a dia, os Ícones, que também podem ser chamados de Imagens Pictóricas, são bem utilizados por conta da praticidade em transmitir o reconhecimento e memorização de sinais, controles, ambientes, entre outros exemplos.
As Imagens Pictóricas são ótimas exemplares da convergência da Linguagem Verbal, escrita, com a Linguagem Visual, portanto, é natural que veremos cada vez mais ícones em nosso dia a dia, em todos os lugares, pois serão cada vez mais necessários por exemplo nas plataformas em 3D, como o próprio Google Maps, e nas plataformas que trarão para o nosso dia a dia a Realidade Aumentada, como os novos Óculos da Apple, assunto para um outro artigo.
Quando todos estes Princípios e Padrões se conectam, um dos resultados são os famosos Infográficos, utilizados há muito tempo nas revistas e jornais, como naquela famosa revista sobre temas “interessantes” e curiosidades. Os Infográficos já estão bem consolidados também nas plataformas de investimentos, e dados de economia, e também veremos cada vez mais em outras interfaces.

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Como dito no início, estamos vivendo em pleno processo de Convergência de Tecnologias, com a Quarta Revolução Industrial em plena ascensão. Grandes mudanças já estão em curso, e este exemplo do novo serviço do Google está na esteira de toda esta Convergência. Estamos presenciando tecnologias como o 3D aplicado em diversos lugares, a Realidade Aumentada, a Realidade Virtual, o aumento do Design de Interação, a famosa “Gamificação” de serviços, produtos e plataformas.
Sim, é muita informação aqui, por isso nos próximos artigos iremos ver mais a respeito de todas estas tecnologias, conexões e implicações, e como elas nos levarão a considerar por exemplo, a importância do Pensamento Visual.
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